A Secção teve origem na Classe de Literatura e Belas-Artes, onde, na sessão de 5 de Março de 1873, Augusto Filipe Simões propôs a nomeação de uma comissão especializada neste sector, à qual caberia reunir um conjunto de objectos de valor arqueológico e epigráfico que constituiriam o Museu de Antiguidades do Instituto. A proposta foi aclamada e imediatamente se formou a dita comissão, onde se integraram, além do próprio Augusto Simões, Abílio Augusto da Fonseca Pinto, Augusto Mendes Simões de Castro, Miguel Osório Cabral de Castro (que se tornaria presidente da Secção), João Correia Aires de Campos, entre outros. Este último tomou a seu cargo a organização do museu, do qual foi conservador durante vários anos, e ainda a publicação do Catálogo dos objectos existentes no Museu de Arqueologia do Instituto de Coimbra.
Alguns sócios e outros estudiosos (e a própria Câmara Municipal de Coimbra) foram oferecendo objectos para o museu (lápides, esculturas, utensílios, peças pré-históricas, etc.), enquanto a recém-nomeada comissão se reunia frequentemente para debater temas deste domínio historiográfico, para organizar escavações arqueológicas e para desenvolver um projecto de regulamento da Secção. De facto, a 4 de Julho de 1874, em sessão da Direcção do Instituto, foi aprovado o regulamento da Secção de Arqueologia, que passava assim a ter existência oficial e legalizada dentro da academia. O texto declara, no art. 2º do capítulo I, ser o principal objectivo da Secção “o estudo da arqueologia geral e da especial do reino de Portugal, e bem assim o desenvolvimento e propagação dos conhecimentos desta parte das ciências históricas”.
A relevância desta Secção resulta, fundamentalmente, em dois aspectos. Um deles é a constituição de um museu de Arqueologia, cuja colecção viria a ser incorporada no Museu Machado de Castro. O outro vector é o das escavações que o próprio Instituto iniciou nas ruínas de Conímbriga, chamando a atenção para o valor cultural e histórico deste património.
Sala do Museu de Antiguidades do IC
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