A acção do Instituto de Coimbra passou pelo fomento do intercâmbio intelectual, desde a sua origem. As primeiras relações estabelecidas pelo Instituto aproximaram-no da Universidade de Coimbra, recebendo dela os sócios mais activos. Porém, à medida que foi admitindo figuras de mérito reconhecido entre os seus membros, provenientes de outros meios, então esta academia foi alargando horizontes, a nível nacional e internacional.
O primeiro relatório do Instituto, lido em sessão de 19 de Dezembro de 1852, acentuava de maneira categórica que a vida do Instituto “devia ser, primeiro que tudo, uma vida de relação”, mantida em especial por intermédio da revista, que ligaria o Instituto a todo o país e mesmo ao estrangeiro. O Instituto servia de instrumento de troca num programa de permutas que possibilitava o preenchimento do gabinete de leitura desta academia com as mais conceituadas revistas científicas, artísticas e literárias.
Esse intercâmbio realizava-se, em geral, com academias, universidades e seus institutos ou departamentos, bibliotecas e museus, associações profissionais, entidades estatais, outras sociedades de índole diversa. Ao longo da sua existência, a Direcção do Instituto procurou estreitar relações com diversas sociedades, como a Academia Real das Ciências de Lisboa, a Sociedade de Geografia de Lisboa, a Universidade de Madrid, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, a Academia Francesa, etc. Ao longo do século XX intensificou-se este esforço, reflectindo as tendências europeias para a cooperação em vários domínios, favorecidas pelos progressos nos meios de comunicação.
O intercâmbio com outras academias processava-se por várias formas, por vezes menos publicitadas mas não de menor importância. Nesta categoria inserimos a intervenção na resolução de questões técnico-científicas, a cooperação e a troca de saberes e experiências designadamente a nível nacional e internacional.
Do Instituto partiu o incentivo para a constituição de outras sociedades, como aconteceu de forma mais marcada durante a presidência de Bernardino Machado e na de Costa Lobo. Entre os factos de maior relevo encontra-se a promoção da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências e suas relações com a congénere espanhola. Na organização de encontros científicos, observa-se a vontade de estreitar relações de um modo especial com a Espanha, o Brasil, a França e a Inglaterra.
[resumo de um artigo submetido a peer review]
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