
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
O Instituto de Coimbra e a Astrofísica em Portugal

O Instituto de Coimbra e as reformas do Ensino Secundário em Portugal
A nossa investigação incidiu sobre o Ensino Secundário, tendo sido analisados muitos artigos de vários protagonistas nas reformas implementadas, como foram os casos de Jerónimo José de Melo, José Maria de Abreu, Bernardino Machado, Adolfo Coelho, Gonçalves Guimarães e Francisco Costa Lobo, entre outros. Foi dada ênfase ao caso das Ciências Físico-químicas e à sua implementação nos planos curriculares, programas e práticas pedagógicas.
Um dado relevante foi o número extenso de artigos que relataram o estado deste nível de ensino em muitos países europeus, o que se enquadrava na linha editorial do O Instituto. Foi possível também revelar o intercâmbio gerado com o país vizinho, cujo evento mais importante foi o Congresso Pedagógico Hispano-português-americano, realizado em Madrid em 1892. Portugal fez-se representar por uma delegação alargada, liderada por Bernardino Machado, que reuniu os maiores pedagogos portugueses da altura que ali apresentaram várias dezenas de memórias. Bernardino Machado descreveu também no artigo que publicou n’O Instituto o conteúdo de uma exposição pedagógica sobre o sistema educativo português, que decorreu paralelamente ao congresso e que incluiu 200 fotografias de estabelecimentos escolares e outras pastas com documentação diversa.
Entre 10 d

A partir de 1928 reduz-se significativamente o número de artigos dedicados à instrução pública n’ O Instituto. Apesar de não serem apresentadas quaisquer indicações sobre censura prévia, a grande maioria das pessoas que ocupavam lugares no corpos directivos do IC estavam conotadas com o novo regime, pelo que haveria algum cuidado em publicar artigos que pudessem conter críticas às novas reformas no âmbito da educação. Assim se pode explicar que as profundas reformas realizadas a partir de 1926 não tenham encontrado qualquer menção nas páginas d’O Instituto. Por este motivo, a nossa análise termina com o início da década de 1920, não sendo referenciadas as reformas realizadas a partir de 1926, após a revolução que abriu portas ao Estado Novo.
A pesquisa efectuada teve como resultado dois artigos que relatam a história das reformas no ensino secundário nas páginas d’O Instituto. O primeiro incide no período monárquico parlamentar de
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Edição digital da revista "O Instituto" é apresentada na próxima segunda-feira

A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra apresenta, na próxima segunda-feira, dia 19 de Outubro, a partir das 15 horas, na Biblioteca Joanina, a edição digital de O Instituto: Revista Científica e Literária. Esta revista, publicada pelo Instituto de Coimbra, entre 1852 e 1981, num total de 141 volumes, encontra-se agora integralmente digitalizada em mais de 76 mil páginas disponíveis, a partir de Novembro, em http://bdigital.bg.uc.pt.
Nesta sessão, presidida pelo director da Biblioteca Geral, Prof. Doutor
A edição digital de O Instituto: Revista Científica e Literária decorre do Projecto Instituto de Coimbra, desenvolvido pela Biblioteca Geral, desde Julho de 2008, e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Entre os objectivos deste projecto, salientam-se ainda a catalogação da biblioteca e do acervo arquivístico, bem como a investigação sobre a história desta antiga academia científica e literária.
Saliente-se que o Instituto de Coimbra, fundado em 1852, foi uma das mais prestigiadas academias nacionais, tendo desenvolvido, nomeadamente, as Ciências Físico-Matemáticas, Sociais e Humanas e a Literatura. Para comprovar o seu prestígio, recordamos o financiamento régio obtido por portaria de 1853, como contrapartida da publicação nas páginas da revista das decisões do Conselho Superior de Instrução Pública.
Entre as actividades do Instituto de Coimbra, salientamos as escavações arqueológicas das Ruínas de Conímbriga, que permitiram reunir valiosas colecções de arte e de arqueologia que integram hoje o acervo do Museu Nacional Machado de Castro. E entre as personalidades que pertenceram a esta academia destacamos Alexandre Herculano, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Ricardo Jorge,
A biblioteca do Instituto de Coimbra é, essencialmente, composta por publicações periódicas e monográficas, sendo um número significativo de revistas resultante da permuta que esta academia estabeleceu com outras academias congéneres nacionais e estrangeiras. Entre estes títulos, encontramos o Boletin de
O acervo arquivístico integra um conjunto de documentos que retratam a vida e a acção da instituição e das personalidades que a dirigiram ao longo de mais de um século. Entre esta documentação, destacamos os manuscritos das Memórias de Castilho.
A equipa responsável pelo Projecto Instituto de Coimbra, dirigida pelo Prof. Doutor
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Bernardino Machado, presidente do Instituto de Coimbra

Eleito sócio efectivo do Instituto de Coimbra em 1873, época em que realizava os estudos de Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra, Bernardino Machado (1851-1944) viria a tornar-se um dos mais emblemáticos presidentes desta academia científica e literária. Começou por ocupar o lugar de vice-director da Classe de Literatura e Belas Artes, entre 1877 e 1880, assumindo mais tarde o cargo de presidente da Direcção do Instituto num período conturbado por quezílias internas, revelando-se uma figura central que, através da sua acção, em muito contribuiu para sanar as discórdias e refazer a unidade deste corpo académico.
Foi eleito presidente em Assembleia-Geral de 26 de Maio de 1896 e, através de sucessivas reeleições, manteve-se no cargo ainda na primeira década de 1900. Destacam-se, durante a sua direcção, a admissão de grande número de sócios, incluindo as primeiras mulheres a fazerem parte desse número (Maria Amália Vaz de Carvalho, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Amélia Janny, Domitilla Hormizinda Miranda de Carvalho); a cedência por parte do reitor da Universidade de Coimbra de todo o espaço do Colégio de S. Paulo Eremita ao Instituto e a realização de obras nesse mesmo espaço; a criação de cursos para operários; ou a comemoração do Primeiro Centenário do Nascimento de Almeida Garrett.
Livro de registo de matrículas dos alunos dos cursos populares (1897)
Em paralelo, leccionava na Faculdade de Filosofia, para a qual foi muito cedo nomeado lente catedrático (1879) e onde se viria a tornar professor de Antropologia, cadeira que foi criada por sua iniciativa em 1885. Já depois de cessar estas funções, Bernardino Machado foi eleito sócio honorário do Instituto, em Assembleia-Geral de 14 de Dezembro de 1910. Entretanto, tinha-se desligado da actividade docente em 1907 e partido para Lisboa, onde prosseguiu a sua actividade republicana. Integrou o Governo Provisório da 1ª República, em 1910, chefiou o Governo em 1914 e em 1921, e foi duas vezes eleito Presidente da República Portuguesa, em 1915 e em 1925.
Assinou diversos artigos na revista O Instituto, com especial relevo para os temas da educação, entre eles “O estado da instrucção secundaria entre nós” (vol. 30), “Notas d’um pae” (vols. 43, 44, 46, 47, 48, 49, 50), “Curso de pedagogia” (vol. 47) e “Pela liberdade” (vol. 48).
quinta-feira, 2 de julho de 2009
O Instituto e a telegrafia eléctrica
A telegrafia eléctrica em Portugal
A segunda metade do século XIX foi uma época de grandes transformações tecnológicas no nosso país. Em 26 de Abril de 1855, Fontes Pereira de Melo, então Ministro das Obras Públicas, assinou com o francês Alfredo Breguet, em representação da firma Breguet, sedeada em Paris, um contrato que previa a construção das primeiras linhas de telégrafo em Portugal. Quase simultaneamente, com início em Maio de 1855, a revista O Instituto do Instituto de Coimbra iniciou a publicação de um artigo, em várias partes, sobre a telegrafia eléctrica da autoria de José Maria de Abreu (1818-1871), no qual este lente da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra (FFUC) relatava, em pormenor, a história da telegrafia eléctrica desde os seus primeiros ensaios, realizados em 1774, até essa data, passando pelas sucessivas inovações de que beneficiou. Abreu descreveu os aparelhos mais recentes utilizados em França, Inglaterra e na América, realçando as suas vantagens e desvantagens técnicas e comparando-os com outros já instalados em Portugal. Premonitória foi a sua conclusão relativamente à superioridade do aparelho de Morse, que mais tarde viria a substituir os de Breguet no nosso país, que eram então usados em França e que se incluíam nos telégrafos de quadrante. As imagens que se seguem correspondem: ao telégrafo de Breguet - o mostrador possui um ponteiro, que se move por acção de uma agulha magnética, onde estão representadas as letras do alfabeto (modelo didático do Museu de Física/Ciência da UC) e ao telégrafo de Morse - através de um lápis ou ponteiro de aço e por acção de uma alavanca, que o pressiona contra um rolo de papel, são marcados na fita pontos e traços (também do Museu de Física/Ciência da UC).


O Congresso Internacional de Paris de 1881 e as unidades eléctricas
A importância social adquirida pela telegrafia conduziu a um grande interesse, no nosso país, pelo estudo dos fenómenos eléctricos. No Congresso Internacional de Paris, de 1881, e nas Conferências que se seguiram, realizadas em 1882 e 1884, estabeleceu-se um sistema de unidades eléctricas (C.G.S.) para adopção internacional. Nele esteve presente António dos Santos Viegas (1835-1914), uma figura incontornável do panorama académico nacional da época. A FFUC elaborou um parecer favorável a este sistema, que foi publicado n’O Instituto. Para além da definição de um sistema de unidades eléctricas, as Conferências de Paris tentaram também definir critérios internacionais para as correntes das linhas telegráficas. Como exemplo do interesse suscitado em Portugal neste tema, refira-se que Henrique Teixeira Bastos (1861-1943) - na fotografia, aluno de Santos Viegas e posteriormente médico e professor da 2.ª cadeira de Física (Electricidade e Óptica) da FFUC, discutiu, na sua dissertação inaugural, em 1884, o tema Unidades Eléctricas e analisou, na sua dissertação de concurso em 1885, o tema Teoria electromagnética da luz, tendo esses dois trabalhos sido publicados pela Imprensa da Universidade.

Principais resoluções do Congresso (1881) e Conferências (1882 e 1884)
Ficou estabelecido o ohm como unidade de resistência, tendo como padrão uma coluna de mercúrio de um milímetro quadrado de secção e 106 cm de altura, à temperatura do gelo fundente. A força electromotriz passaria a ter como unidade o volt, correspondente a 108 unidades absolutas C.G.S.. Definiram-se também as unidades de corrente eléctrica, massa eléctrica (carga eléctrica) e capacidade eléctrica, respectivamente: o ampére, o coulomb e o farad. Todas as unidades passariam a ser baseadas no sistema electromagnético. Para além da metrologia, os trabalhos também incidiram em aspectos práticos relacionados com a telegrafia eléctrica. Decidiu-se pela utilização das linhas telegráficas para observação das “correntes terrestres” e elaboraram-se dois questionários para recolher elementos estatísticos relativos à eficácia de pára-raios e “à influência preservadora ou nociva das redes telegráficas”.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Arquivo do Instituto de Coimbra
A documentação encontra-se fragmentada e sem a ordem original, restando uma pequena parte do testemunho das actividades do Instituto de Coimbra. As datas apuradas correspondem ao ano de início e de fim dos documentos existentes. Verificam-se grandes lacunas nos períodos de produção, que se encontram interrompidos por vários anos ou décadas.
O fundo encontra-se em fase de inventário e organização. Os documentos serão reacondicionados por séries documentais, de acordo com os órgãos e as actividades que lhes deram origem, respeitando a sequência cronológica da produção.
CARACTERIZAÇÃO DO FUNDO - Documentação de arquivo que regista as principais actividades desenvolvidas pelo Instituto de Coimbra durante a sua existência:
Reuniões dos órgãos directivos do Instituto de Coimbra: actas de reuniões publicadas na revista sob a designação de Boletim do Instituto. 1854-1985
Conteúdo: Actas das sessões da Direcção, da Assembleia Geral e das Classes do Instituto. Convocatórias para as sessões.
Unidades de Instalação: 6 livros, documentos avulsos.
Contabilidade: documentos contabilísticos e registo das operações de tesouraria. 1855-1986
Conteúdo: Livros de receita e despesa, livros de ordens e guias de pagamento, livros de contas correntes, registos de pagamento da revista O Instituto, recibos das quotas de sócios e documentos de receita e despesa dos anos económicos (facturas, recibos, talões, títulos de cobrança e folhas de pagamento do pessoal do Instituto).
Unidades de Instalação: 2 caixas, 27 livros, 8 pastas, documentos avulsos.

Correspondência: correspondência trocada com sócios do Instituto, instituições com permuta de revistas, fornecedores e outros. 1868-1997
Conteúdo: Livros de registo de correspondência, copiador de correspondência expedida, correspondência recebida.
Unidades de Instalação: 10 caixas, 3 livros, 23 pastas.
Sócios: registo dos sócios do Instituto de Coimbra. 1884-1983
Conteúdo: Ficheiro de sócios do Instituto, livro de registo de sócios das Classes, propostas de sócios apresentadas ao Instituto.
Unidades de Instalação: 1 livro, 11 pastas, documentos avulsos.
Biblioteca do Instituto de Coimbra: registo e inventário de monografias e publicações periódicas que constituem a Biblioteca do Instituto. 1866-1946
Conteúdo: Livros de registo de monografias e publicações periódicas, fichas de títulos da Biblioteca, ficheiro de permutas de revistas.
Unidades de Instalação: 7 caixas, 7 livros, documentos avulsos.
Revista O Instituto: documentação que se refere à publicação e distribuição da revista. 1925-1952
Conteúdo: Relações de assinantes da revista, fichas de assinantes, registo da distribuição, inventário da revista, provas tipográficas.
Unidades de Instalação: 4 caixas, 3 livros, 1 pasta, documentos avulsos.
Memórias de Castilho: documentos relativos à produção e publicação da obra de Júlio de Castilho dedicada à vida do seu pai. 1823-1932
Conteúdo: Manuscritos, provas tipográficas, correspondência e registos de propriedade literária da obra Memórias de Castilho, publicada pelo Instituto de Coimbra. Documentos pertencentes a António Feliciano de Castilho que serviram para a compilação das suas memórias: diplomas, requerimentos, cartas, relações de despesas, recortes de imprensa.
Unidades de Instalação: 7 volumes, 20 caixas.

SUBFUNDO: Associação Portugal – RDA: fundo documental de organização autónoma do Instituto de Coimbra. 1975-1977
Conteúdo: Fichas de inscrição, estatutos da associação, documentos de organização e divulgação de actividades, relatórios de actividades, documentos de despesa e correspondência.
Unidades de Instalação: pastas e documentos avulsos.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
A Secção de Arqueologia do Instituto de Coimbra
A Secção teve origem na Classe de Literatura e Belas-Artes, onde, na sessão de 5 de Março de 1873, Augusto Filipe Simões propôs a nomeação de uma comissão especializada neste sector, à qual caberia reunir um conjunto de objectos de valor arqueológico e epigráfico que constituiriam o Museu de Antiguidades do Instituto. A proposta foi aclamada e imediatamente se formou a dita comissão, onde se integraram, além do próprio Augusto Simões, Abílio Augusto da Fonseca Pinto, Augusto Mendes Simões de Castro, Miguel Osório Cabral de Castro (que se tornaria presidente da Secção), João Correia Aires de Campos, entre outros. Este último tomou a seu cargo a organização do museu, do qual foi conservador durante vários anos, e ainda a publicação do Catálogo dos objectos existentes no Museu de Arqueologia do Instituto de Coimbra.
Alguns sócios e outros estudiosos (e a própria Câmara Municipal de Coimbra) foram oferecendo objectos para o museu (lápides, esculturas, utensílios, peças pré-históricas, etc.), enquanto a recém-nomeada comissão se reunia frequentemente para debater temas deste domínio historiográfico, para organizar escavações arqueológicas e para desenvolver um projecto de regulamento da Secção. De facto, a 4 de Julho de 1874, em sessão da Direcção do Instituto, foi aprovado o regulamento da Secção de Arqueologia, que passava assim a ter existência oficial e legalizada dentro da academia. O texto declara, no art. 2º do capítulo I, ser o principal objectivo da Secção “o estudo da arqueologia geral e da especial do reino de Portugal, e bem assim o desenvolvimento e propagação dos conhecimentos desta parte das ciências históricas”.
A relevância desta Secção resulta, fundamentalmente, em dois aspectos. Um deles é a constituição de um museu de Arqueologia, cuja colecção viria a ser incorporada no Museu Machado de Castro. O outro vector é o das escavações que o próprio Instituto iniciou nas ruínas de Conímbriga, chamando a atenção para o valor cultural e histórico deste património.
Sala do Museu de Antiguidades do IC
quarta-feira, 1 de abril de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
Comportamento higrotérmico

Como se pode verificar na tabela, o valor médio da temperatura registado no último quadrimestre encontra-se já dentro dos parâmetros recomendáveis (oscilação entre os 16ºC e os 20ºC). Comparativamente com o valor médio verificado no quadrimestre anterior (Julho-Outubro), observou-se uma queda acentuada de 3,4ºC. Um maior aproveitamento da ventilação e da circulação do ar, assim como a habitual descida da temperatura exterior dos meses de Outono e de Inverno, explicam esta descida da temperatura.
O valor médio da humidade relativa do ar registado no quadrimestre em análise situa-se nos 57%. Como se pode constatar pelo gráfico, os valores médios mensais obtidos enquadram-se perfeitamente dentro dos valores recomendados pela IFLA, que se cifram nos 55% (com a tolerância de ± 5%).

quinta-feira, 12 de março de 2009
As Ciências Físico-Químicas n’O Instituto
Em complementaridade dos índices já existentes da revista “O Instituto”, que englobam a totalidade dos artigos publicados, decidimos elaborar um novo conjunto que incide apenas nas ciências Físico-Químicas, com o intuito de disponibilizar aos investigadores destas áreas uma fonte de informação que é reveladora da evolução destas ciências no panorama nacional ao longo da segunda metade do século XIX e a grande parte do século XX (até 1981).

Os índices foram organizados por temas (ideográfico), cronologicamente e por respectivos autores (onomástico). No prefácio do trabalho incluímos uma análise estatística que avalia, genericamente, o relevo assumido pela Química e pela Física em comparação com as restantes ciências tratadas na II classe do IC e com a totalidade de artigos, ao longo do período de publicação da revista (1852-1981).

quarta-feira, 4 de março de 2009
Memórias de Castilho

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
O Instituto de Coimbra e a Química Forense
Costa Simões distinguiu-se em muitas vertentes, tendo ocupado vários cargos políticos como o de deputado, vice-presidente do parlamento e de presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Para além da investigação na área da fisiologia humana, dedicou-se também à análise química, tendo realizado análises da água dos Banhos do Luso, dos quais foi grande dinamizador, e interveio decisivamente no projecto de abastecimento de águas de Coimbra.
No quarto volume do jornal O Instituto, de 1855, surgiu uma série de artigos intitulados de Chimica Legal, da autoria de Costa Simões, onde este descreveu as análises efectuadas no Laboratório Chimico da Faculdade de Filosofia para a detecção de venenos em amostras provenientes de diversas localidades. Naquela época as análises toxicológicas eram apenas realizadas nos laboratórios de Coimbra, Porto e Lisboa. Num dos casos tratados pode ler-se:
Desgostou-se o doente com o sabor da primeira dose; e a sua mulher, para o resolver a continuar, tomou também algumas colheres do medicamento; e ambos morreram nessa noute, com symptomas de envenenamento.
Costa Simões, recorrendo ao teste de Marsh, detectou a presença de arsénico na amostra do xarope de amoras e oximel, um remédio caseiro para aliviar os sintomas de angina, cuja quantidade foi bastante para produzir a morte por envenenamento, na dose de duas colheres, de dois adultos.

Mas também outros venenos foram analisados nos vários casos descritos, em particular os alcalóides, com recurso ao método de Stas para o isolamento destas substâncias. O relato pormenorizado que Costa Simões fez dos métodos analíticos usados demonstra que este possuía um conhecimento muito actualizado das mais recentes descobertas em toxicologia.
A actividade forense em Portugal nessa altura era muito limitada, sendo escassos os cenários nos quais havia recolha de amostras. O objectivo de Costa Simões com estes artigos foi demonstrar que a maioria das análises toxicológicas não necessitavam de muitos aparelhos ou reagentes, e que os processos não eram tão complicados que exigissem os recursos de um laboratório químico. Sendo reconhecido o veneno, seria possível proceder, no próprio local, a alguns testes e por meios tão simples, que os pode fornecer qualquer botica d’aldea.
A iniciativa de Costa Simões, no âmbito da ciência forense, seria prosseguida pelo seu condiscípulo e amigo José Ferreira de Macedo Pinto (1814-1895), médico e professor de Medicina Legal, Higiene Pública e Polícia Médica da Faculdade de Medicina de Universidade de Coimbra. Macedo Pinto foi também sócio fundador do IC onde desempenhou os cargos de Tesoureiro, entre 1855 e 1858, e de Vice-Presidente, entre 1860 e 1862. A ele se deve a organização do Gabinete de Química da Faculdade de Medicina que, na altura (1860), já possuía uma vasta colecção de reagentes, instrumentos e utensílios para análises toxicológicas. Uma breve notícia da fundação deste gabinete foi publicada no décimo volume de O Instituto.
(Uma descrição mais alargada deste assunto estará disponível no artigo: Leonardo, A. J., Martins, D. R. e Fiolhais, C. (2009). António da Costa Simões e a génese da química forense em Portugal. Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência – a publicar)
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Revista "O Instituto" oferecida a Portalegre
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Formação em 2008

- Nos dias 8 a 10 de Setembro, formação no módulo de catalogação de monografias do sistema Millennium, na BGUC, por Fátima Carvalho, num total de 15 horas;
- A 17 de Outubro, acção de actualização na base de dados em linha SCOPUS (Elsevier), no departamento de Matemática da FCTUC, por Eduardo Ramos, num total de 2 horas;
- A 22 de Outubro, acção de actualização na base de dados em linha Web of Knowledge, na Biblioteca do Departamento de Engenharia Civil, por Alain Frey, num total de 3 horas;
- No dia 23 de Outubro, formação nas aplicações PAPAIA (nomeação de imagens) e ContentE (agrupamento das imagens de acordo com a estrutura da obra), por Dália Guerreiro (DigiCult), num total de 3 horas.
- Entre os dias 10 e 11 de Novembro, formação no módulo de gestão e catalogação de publicações periódicas do sistema Millennium, na BGUC, por Iulianna Gonçalves e Maria Teodósio Jacinto, num total de 12 horas.
Desde o início do Projecto Instituto de Coimbra, entre Julho de 2008 e meados do mês de Novembro, a equipa de bolseiros frequentou no seu conjunto cerca de 105 horas de formação.