sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Criação de um carimbo para o fundo de O Instituto de Coimbra


Bibliotecário serve para muitas coisas até para trabalho gráfico: Ele é um cartaz para uma exposição, é um pendão para a fachada da biblioteca, é um catálogo todo feito com a “prata da casa”, enfim, o bibliotecário faz tudo aquilo para que o dinheiro vai sempre escasseando, por estes dias, nos organismos públicos. Tudo coisas que não devia fazer, e que faz mal, provavelmente.
Já com os carimbos para as espécies bibliográficas não tenho a certeza que assim seja. Desconfio até que não, que as especificidades de um modesto carimbo só podem ser definidas por um bibliotecário ou, pelo menos, por quem ame os livros. Porque um mau carimbo, inestético, desadequado aos livros onde se aplica, demasiado grande ou ilegível ofende e deprecia o livro onde é aplicado.
A história das marcas de posse da Biblioteca Geral está apenas começada, mas uma das últimas marcas desta história centenária foi agora produzida para a carimbagem do fundo bibliográfico e documental d’o Instituto de Coimbra. Por um bibliotecário, obviamente. Não será uma peça extraordinária de criatividade, mas é uma marca bibliográfica tecnicamente correcta. Foi concebida pelo subscritor, numa estética do século 19, com um desenho que simplifica o primeiro logótipo d’O Instituto, um “lettering” suficientemente legível, uma legenda precisa e, finalmente, produzida em dois tamanhos, para se adequar às dimensões dos documentos.
Nesta Biblioteca que se dedica como todas as bibliotecas à criação e à preservação da memória, muitas vezes não fica qualquer memória destes pequenos trabalhos internos (mas não administrativos) que são a vida da instituição. Porque um carimbo de borracha não exige um grande projecto nem uma Memória Descritiva, aqui se arquiva esta simples notícia, para memória futura dos trabalhos (grandes ou mais humildes) que também fazem a história de uma grande Biblioteca.

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